Esta iniciativa visa a plantação de espaços verdes com flora autóctone em ambientes urbanos de forma a promover a sustentabilidade.
David Avelar, investigador no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), desenhou o projeto FCULresta, uma minifloresta densa e biodiversa plantada num antigo relvado urbano com cerca de 300 metros quadrados.
A FCULresta foi criada com o propósito de dar uma resposta ao problema emergente das alterações climáticas com o objetivo de promover o sequestro de carbono atmosférico com recurso à plantação de plantas autóctones e melhor adaptadas ao clima da região.
Esta floresta plantada na FCUL teve como objetivo testar o método Miyawaki em clima mediterrâneo. O método Miyawaki é um método desenvolvido pelo botânico japonês Akira Miyawaki que consiste na plantação de uma floresta densa e biodiversa num pequeno espaço com o objetivo de promover a competição entre as diferentes plantas e acelerar o seu crescimento.
“Nós começámos pelo solo, fizemos o investimento de retirar o relvado, transformámos esse relvado em composto e fizemos um aporte grande de matéria orgânica de composto de Lisboa para o local. Depois disso, criámos uma manta morta, uma camada protetora do solo onde usámos os resíduos da produção de cogumelos de uma empresa local, e a seguir fizemos a plantação”, conta.
Foram plantadas 643 plantas em apenas 300 metros quadrados. Foram trazidas diversas plantas de vários grupos funcionais, desde arbustos, árvores, flores e trepadores.
Para além disso foram também criados uma série de refúgios para atrair a fauna com o intuito de aumentar a biodiversidade deste espaço e de garantir a sustentabilidade destas plantas.
Esta floresta tem também a particularidade de representar as diferentes floras autóctones do país. Devido à diferença de temperatura entre a parte sul e a parte norte deste espaço, foi possível plantar plantas representantes das regiões Norte, Centro e Sul do país, e também alguns elementos da floresta Laurissilva da Madeira.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | CE3C
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