Esta experiência foi aplicada no Expolab, nos Açores na localidade de Lagoa.
Carla Morais, professora na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e membro do Centro de Investigação em Química (CIQUP) da mesma universidade, desenvolveu o projeto I SEA com o intuito de avaliar o uso de ambientes virtuais imersivos na consciencialização do público para a problemática da preservação dos oceanos.
O projeto I SEA pretendeu integrar a avaliação do processo de comunicação de ciência desenvolvendo um ambiente virtual imersivo com base num jogo transformativo e dessa forma construir um método de avaliação digital que procurasse ser não invasivo e capaz de avaliar o nível de consciencialização, compreensão e predisposição, do envolvimento do público com conteúdos científicos.
Para isso foi criada uma experiência virtual imersiva no Expolab dos Açores. Esta exposição tinha infografias, animações e um submersível, uma cápsula que alojava um módulo de realidade virtual.
Neste cenário virtual os visitantes podiam fazer uma viagem à coluna de água de um campo hidrotermal dos Açores, o Lucky Strike, replicando a experiência de estar dentro de um submersível.
Os visitantes eram ali capazes de fazer a seleção de uma personagem, podendo escolher entre um cientista, um economista, ou um ativista ambiental.
Dependendo da escolha, cada visitante era depois confrontado com vários dilemas sobre a sustentabilidade dos ecossistemas marinhos, e tinha que tomar uma decisão.
Essas decisões eram tomadas com base no conhecimento científico ao qual estavam a ser expostos durante a experiência.
“Os resultados deste estudo demonstraram que as ideias do público sobre o mar profundo não são estruturadas – o que não surpreende visto tratar-se de um tema novo –, que há uma tensão entre uma visão mais emocional do mar profundo ligado ao lazer, ligado à tranquilidade, mas ao mesmo tempo uma visão racional ligada à ciência, à exploração e à pesca, e uma tentativa do público de trazer o conhecimento que tem sobre o mar para de alguma maneira explicar e caracterizar o mar profundo”, revela.
O projeto I SEA – Immersive virtual reality environments to evaluate audience attitudes about science communication projects: a pilot study of deep sea ecosystems foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no âmbito do programa UT Austin Portugal.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | FCUP