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Ep. 1211 Sandra Maximiano – Estudo comparativo entre sociedades matriarcais e patriarcais sugere um papel relevante do contexto social nas diferenças de género

December 06, 2021

ep1211_interiorOs resultados deste estudo mostraram que as mulheres da sociedade matriarcal apresentavam comportamentos e preferências iguais aos dos homens da sociedade patriarcal.


Sandra Maximiano, professora no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG) e co-coordenadora do X-LAB – Laboratório de Economia Comportamental e Experimental, realizou um estudo comparativo entre duas sociedades patriarcais e matriarcais na Índia com o objetivo de explorar o efeito da genética e do contexto social nas diferenças de género.

Este projeto foi desenvolvido na Índia numa zona chamada Shillong que tem a particularidade de nesta região coexistirem duas sociedades, uma matriarcal com o nome de Khasi e uma patriarcal com o nome de Karbi.

A proximidade destas sociedades garantia que as mesmas apresentavam uma diversidade genética bastante similar, permitindo assim estudar com um grau elevado de confiança o impacto do contexto social nos comportamentos de ambos os géneros em cada uma destas sociedades.

Nesse sentido, a equipa de Sandra Maximiano replicou experiências realizadas em laboratório no mundo ocidental nestas vilas com ambas sociedades, adaptando as experiências ao contexto cultural da região de Shillong.

Os resultados permitiram verificar que nas sociedades matriarcais as respostas inverteram-se face à sociedade patriarcal.

As mulheres da sociedade Khasi mostraram ter comportamentos e preferências iguais aos homens da sociedade Karbi e iguais aos homens que participaram nas experiências realizadas no mundo ocidental, quer na Europa como nos Estados Unidos.

Com estes resultados é possível identificar um papel importante do contexto social na formação das diferenças de género.

Sandra Maximiano espera que estudos como este possam promover o desenvolvimento de novos programas educativos que visem combater as desigualdades de género desde a primeira infância.

“Eu penso que estes resultados são importantes. Eles mostram que em termos de políticas públicas é preciso focar-nos mais em questões educacionais e sobretudo numa educação desde a primeira infância e ao longo da vida de forma a combater as desigualdades de género”, reforça.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | XLAB | ISEG

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