Este projeto está a analisar os efeitos da revelação de uma identidade gay, lésbica ou bissexual por parte dos filhos, nas relações familiares.
Ana Maria Brandão, socióloga e professora no Departamento de Sociologia do Instituto de Ciências Socias da Universidade do Minho (ICS UM) e investigadora no Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.UMINHO), está a desenvolver o projeto “Família e Sexualidades Não Normativas” com o intuito de analisar o efeito que a revelação de uma identidade LGBTQI+ por parte de um filho, ou de uma filha, teve nas identidades parentais a partir da perspectiva de pais e mães.
Segundo a investigadora, a primeira dificuldade que surge nestas revelações é o facto de as pessoas raramente equacionarem a possibilidade de alguém que conheçam poder não corresponder àquilo que é o modelo dominante de relacionamento afetivo e sexual que é o modelo heterossexual.
“Como isso não é algo que seja equacionado à partida estes pais e mães também em geral não o equacionam, e portanto projetam de alguma forma as suas expetativas e os seus percursos de vida dos seus filhos e filhas, assumindo como princípio que eles são heterossexuais e que seguirão aquilo que foi o seu próprio trajeto de vida”, refere.
Por outro lado, o facto deste tema não ser discutido na esfera pública também dificulta a capacidade dos pais equacionarem essa possibilidade para os seus filhos.
“Esta ideia quase padronizada de que todos nós correspondemos a um determinado perfil traz consigo a nossa incapacidade de lidar com a situação quando essa expetativa é frustrada”, critica.
Neste projeto vão ser entrevistados pais e mães com filhos com identidade gay, lésbica ou bissexual, como o objetivo de estudar como estes reagiram a esta revelação dentro do seu contexto familiar.
Saiba mais sobre a investigadora em: Google Scholar | CICS.UMINHO
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