Esta plataforma contém modelos de análise que permitem identificar os agentes económicos alvo de denúncia ou reclamação que devem ser fiscalizados.
Luís Paulo Reis, professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e diretor do LIACC – Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores, desenvolveu o projeto IASAE – Inteligência Artificial na Seguração Alimentar e Económica, uma iniciativa que teve como objetivo criar modelos de análise de reclamações e de denúncias eletrónicas para apoiar as ações de fiscalização da ASAE.
O desenvolvimento do IASAE esteve assente em técnicas de inteligência artificial e de aprendizagem automática por computador e, para além dos modelos de análise, teve também como resultado bases de dados construídas para apoio ao projeto que poderão ser usadas pela ASAE.
Muitas das reclamações e denúncias feitas para a ASAE são escritas numa linguagem corriqueira e nem sempre são estruturadas da mesma forma. Este foi um dos principais desafios que esta tecnologia teve que ultrapassar para poder identificar e sinalizar as denúncias que mereciam ser alvo de fiscalização por parte desta entidade pública.
Apesar destes obstáculos foi possível desenvolver um primeiro protótipo que neste momento já se encontra a ser utilizado pela ASAE.
“Ainda não na operação do seu dia-a-dia, mas está já a ser utilizado, pois este sistema já dá muita informação que a entidade não tem”, reforça.
Com base no conhecimento gerado por este projeto foi dado o primeiro passo para a criação do Centro Inteligente de Gestão e Controlo Operacional (CIGESCOP).
O CIGESCOP está a ser desenvolvido em conjunto pela ASAE e resultará num centro inteligente e operacional que será usado por esta entidade nas suas operações diárias.
“Estamos neste momento a implementar a versão que vai ser usada no dia-a-dia. Para além da análise de reclamações e denúncias, este centro vai ter outras características inovadoras como por exemplo, a gestão dinâmica de rotas, permitindo alterá-las em tempo real e seguir as brigadas”, revela.
Os próprios formulários de inspeção e de fiscalização vão também ser atualizados, para que estes possam ser feitos de forma electrónica através de tablets com o intuito de recolher dados de uma maneira estruturada para que o sistema possa mais facilmente identificar os operadores económicos que devem ser fiscalizados.
Este sistema vai assim permitir uma gestão mais eficiente das operações da ASAE, garantindo uma alocação mais eficaz dos seus recursos.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | FEUP
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