A excepção são as mulheres empreendedoras que tendem a procurar CEOs homens para gerir as suas empresas.
Ana Venâncio, professora no ISEG – Lisbon School of Economics and Management da Universidade de Lisboa e investigadora no Centro de Investigação Avançada em Gestão (ADVANCE/CSG), desenvolveu um estudo que visou analisar quem os empreendedores contratam como CEOs para as suas startups e de que forma estas escolhas influenciam a performance das suas empresas.
Este estudo foi desenvolvido com Elena Kulchina da Poole College of Management da North Carolina State University nos EUA.
Segundo a investigadora, a expectativa seria que os empreendedores procurassem CEOs que completassem o seu capital humano e a sua experiência, no entanto os resultados do estudo demonstraram que os empreendedores contratam CEOs que são semelhantes a si próprios e que essa escolha leva a um desempenho inferior da sua startup.
“Tal comportamento é provavelmente motivado por homofilia, ou seja, pela preferência dos empreendedores em trabalhar com pessoas semelhantes a si”, acrescenta.
Existe, contudo, uma excepção, as mulheres empreendedoras têm uma maior probabilidade de contratar homens CEOs, o que leva a um impacto positivo na performance das suas empresas.
“Aqui a questão eventualmente é que as mulheres empreendedoras vão tentar colmatar as dificuldades que têm na sua atividade empreendedora com a contratação de um CEO. Usualmente as empreendedoras têm mais dificuldade em obter financiamento e a sua rede de contatos é mais limitada. Desta forma, contratando um CEO homem, poderão complementar a sua experiência e o seu capital intelectual e ter maior acesso a recursos”, revela.
Com este estudo Ana Venância e Elena Kulchina quiseram conhecer melhor os efeitos da contratação de diferentes tipos de CEO para compreender como os empreendedores podem compensar sua falta de capital humano de forma a melhorar a longevidade e a produtividade da sua startup.
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