Os líquenes têm a capacidade de absorver os poluentes em circulação no ar.
Filipe Bernardo, investigador no Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos (IVAR) da Universidade dos Açores (UAC), está a usar líquenes como ferramentas de biomonitorização para avaliar a qualidade do ar e os níveis de poluição atmosférica no arquipélago dos Açores.
Este projeto tem como objetivo avaliar os níveis de poluição do ar no arquipélago dos Açores com origem em atividade humana e diferenciá-los das emissões de poluentes com origem vulcânica.
“Apesar de se manterem padrões de excelência de qualidade do ar, nos últimos anos tem vindo a ocorrer um agravamento da poluição atmosférica nos Açores devido ao contexto geologicamente ativo das ilhas, e à crescida vulnerabilidade ambiental que é inerente a regiões insulares remotas”, conta.
O principal interesse deste projeto é então reforçar a monitorização convencional da qualidade do ar com o uso de ferramentas de biomonitorização como os líquenes.
Os líquenes são organismos de excelência para biomonitorização da qualidade do ar pelo facto de absorverem de forma passiva a sua nutrição e com isso incorporarem nos seus tecidos quaisquer poluentes que estejam em circulação no ar.
A análise dos seus tecidos permitem depois determinar a quantidade de poluentes num dado local.
Estes poluentes têm efeitos sobre o próprio líquen que podem ser estudados dotando a região de ferramentas e de instrumentos que permitam obter uma medida biologicamente mais sensível sobre o efeito que a poluição do ar tem sobre os ecossistemas e os organismos locais.
Saiba mais sobre o investigador em: IVAR