O objetivo é perceber o impacto do stress crónico no desenvolvimento de alterações cognitivas.
Paulo Pinheiro, investigador no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade Coimbra (UC), está a estudar como o stress crónico influencia a regulação de uma molécula responsável por modelar a neurotransmissão dos neurónios cerebrais.
“O stress crónico é um problema muito grande na sociedade atual e nós sabemos que o stresse crónico exerce efeitos negativos a nível do cérebro e a nível da cognição. O objetivo do nosso estudo é investigar uma molécula que se chama microRNA-186-5P e que já mostrámos estar envolvido na modelação da neurotransmissão em neurónios, e ser aumentada por situações de stresse crónico”, explica.
O objetivo atual deste grupo de investigação é perceber de que modo o microRNA modulado pelo stresse crónico tem impacto a nível do cérebro e estabelecer uma relação causal entre o aumento deste microRNA no cérebro causado pelo stresse crónico e as alterações a nível das sinapses dos neurónios que geram alterações cognitivas a nível dos animais.
Estes estudos vão ser feitos em animais de laboratório que vão ser submetidos a protocolos de stress crónico para verificar o aumento do microRNA e estudar quais são as consequências deste aumento a nível do cérebro dos animais.
Paulo Pinheiro espera que este trabalho permita não só compreender os mecanismos moleculares que ligam o stresse crónico ao aumento do microRNA, originando efeitos negativos sobre os neurónios e sobre o funcionamento cerebral, mas também identificar um possível alvo terapêutico que permita, numa fase mais tardia, interferir com estes efeitos.
Este conhecimento poderá ser útil para prevenir os efeitos do stress crónico, reduzindo o impacto do microRNA-186-5P a nível cognitivo e no regular funcionamento do cérebro.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate
Related Episodes
