O vulcanismo dos Açores provoca a diminuição do pH em certas regiões do arquipélago. Este processo natural de acidificação levou a que as espécies locais se adaptassem a estas condições.
João Faria, investigador no CIBIO na Universidade dos Açores (UAC), está a usar as águas costeiras dos Açores, que têm um nível de pH baixo devido à atividade vulcânica da região, como modelo para o estudo do impacto da acidificação dos oceanos provocada pelas alterações climáticas.
A acidificação dos oceanos é um processo natural em que o dióxido de carbono da atmosfera é absorvido pelo oceano. Isto é benéfico porque provoca é uma redução do CO2 na atmosfera e evita que haja uma acumulação excessiva de gases com efeito de estufa.
No entanto, com o aumento exponencial da queima de combustíveis fósseis temos cada vez mais dióxido de carbono na atmosfera a ser absorvido pelo mar, o que provoca um decréscimo significativo no pH, conduzindo à acidificação dos oceanos.
Nos Açores, por ser uma região com vulcanismo ativo, existem zonas costeiras onde há libertação de dióxido de carbono de forma natural. Nestes locais o pH do mar é menor e por isso é mais ácido, dando origem a águas com valores que se sejam semelhantes àquilo que poderá acontecer no futuro se nada for feito para travar as alterações climáticas.
Estes locais são usados como laboratórios naturais para investigar e perceber qual o impacto e quais as consequências da acidificação dos oceanos na biodiversidade marinha e nos ecossistemas marinhos.
Paralelamente a este estudo, o grupo de João Faria está a desenvolver o projeto 3BVENT, uma iniciativa que visa caracterizar a diversidade e as interações biológicas que se criam nestes locais, mas também estudar microrganismos específicos que possam ter aplicações biotecnológicas como, por exemplo, a produção de de enzimas capazes de degradar plástico.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | GBA | CIBIO
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