Estima-se que anualmente morram entre 1,5 e 5 milhões de pessoas devido à resistência a antibióticos.
José Artur Brito, investigador no Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), está a estudar uma via metabólica alternativa para combater a resistência de bactérias a antibióticos.
Existem quatro grandes vias de combate contra superbactérias resistentes a antibióticos. Uma delas é a síntese de proteínas, uma segunda via é a síntese de ácidos nucleicos, e as duas grandes vias principais são a síntese de parede celular e a disrupção da membrana celular.
A equipa de José Artur Brito está a estudar vias metabólicas alternativas com foco no metabolismo de enxofre e no metabolismo de sulfureto de hidrogénio.
“Os nossos colaboradores nos Estados Unidos da América descobriram que em bactérias resistentes a antibióticos há um determinado operão que faz a homeostase de sulfureto de hidrogénio nestas bactérias e que está duplicado. A nossa hipótese é que a duplicação deste operão confere uma vantagem evolutiva e adaptativa destas bactérias para resistirem aos antibióticos. Algo que as outras bactérias suscetíveis a antibióticos não conseguem fazer”, explica.
Um operão é um conjunto genes que permitem expressar uma molécula de RNA mensageiro.
O objetivo deste estudo é caracterizar a estrutura das proteínas deste operão por cristalografia de proteínas e por criomicroscopia eletrónica para obter as estruturas tridimensionais das proteínas deste operão.
Com base nessas estruturas serão identificados fármacos que possam ser usados como alvos metabólicos para combater a resistência destas bactérias a antibióticos.
“Uma vez que este operão está envolvido no controlo da concentração de sulfureto de hidrogénio, a nossa hipótese é que combatendo este operão consigamos efetivamente disromper as vias metabólicas que conferem a resistência a antibióticos destas bactérias”, reforça.
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