A esclerose múltipla é uma doença inflamatória do sistema nervoso central que leva à degeneração dos neurónios.
Ivan Salazar, investigador no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), está a identificar marcadores que permitam acelerar o diagnóstico de esclerose múltipla.
“No nosso estudo pretendemos avaliar as características de doentes com esclerose múltipla comparando-as com outros grupos de doentes que serviram de controlo. Até ao momento verificámos que cerca de oito proteínas estão diferencialmente alteradas nos doentes com esclerose múltipla quando comparados com pessoas saudáveis”, conta.
A identificação destas oito proteínas foi feita numa fase inicial através de uma técnica de espectrometria de massa, seguida de uma análise quantitativa para confirmar os resultados obtidos.
Esta análise estatística permitiu confirmar que é possível identificar com cerca de 90% de confiança a presença destas proteínas em doentes com esclerose múltipla.
Para Ivan Salazar esta descoberta é um passo muito importante para acelerar o diagnóstico desta doença, visto que atualmente o mesmo é feito com base em técnicas de imagiologia que são muito demoradas e que nem sempre são conclusivas.
“Esta análise permite assim identificar a doença de uma forma mais rápida e mais eficiente quando comparada com as técnicas que são usadas hoje em dia”, reforça.
Neste estudo foram usadas amostras do líquido cefalorraquidiano destes pacientes. No entanto, para obter este líquido é necessário que as pessoas se sujeitem a uma punção lombar, uma técnica muito invasiva e dolorosa.
No futuro, Ivan Salazar espera poder usar amostras do sangue de doentes para identificar estas proteínas, visto tratar-se de um fluido que pode ser obtido de forma simples e muito menos invasiva.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Google Scholar | CNC
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