A indústria do cimento é responsável por cerca de 8% das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera a nível mundial.
Paula Teixeira, investigadora no Centro de Química Estrutural (CQE) no Instituto Superior Técnico (IST), está a desenvolver um sistema sustentável de captura de dióxido de carbono para a indústria do cimento.
Em particular, Paula Teixeira está a estudar a captura do dióxido de carbono através de um processo conhecido como ciclo do cálcio.
O ciclo do cálcio baseia-se numa reação reversível entre o óxido de cálcio e o dióxido de carbono. Neste reação o óxido de cálcio age como um adsorvente que captura o dióxido de carbono quando entra em contacto com o efluente gasoso das chaminés da indústria cimenteira.
Esta reação vai dar origem a carbonato de cálcio, o mineral principal da pedra de mármore que podemos, por exemplo, encontrar na calçada portuguesa.
O carbonato de cálcio que resulta desta reação pode depois ser regenerado num processo a altas temperaturas que permite separar novamente o óxido de cálcio do dióxido de carbono.
O dióxido de carbono pode depois ser armazenado, evitando assim a sua emissão para a atmosfera, ou pode ser utilizado num processo alternativo, como por exemplo, a metanação de dióxido de carbono para produzir metano, o principal constituinte do gás natural.
Este gás natural pode depois ser usado como combustível para alimentar o processo de produção de cimento, fechando assim o ciclo numa perspetiva de economia circular.
O óxido de cálcio pode depois ser reutilizado para capturar dióxido de carbono.
“Podemos fazer esta reação de captura de dióxido de carbono com base no óxido de cálcio de uma forma cíclica, repetindo várias vezes”, reforça.
Saiba mais sobre a investigadora em: twitter | Linkedin | Researchgate | CQE
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