paleontologia,
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Ep. 123 Octávio Mateus – Existência de um mar interior no final do período Jurássico justifica a riqueza de fósseis de dinossauros em Portugal

May 11, 2017

ep123_interiorRelativamente ao seu tamanho, Portugal é um dos países com o maior número de fósseis de dinossauros descobertos até hoje. A existência de um mar interior há cerca de 150 milhões de anos atrás, criou as condições óptimas para a fossilização destes animais.​


Octávio Mateus, paleontólogo na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT UNL) e no Museu da Lourinhã, tem dedicado a sua carreira à investigação e descoberta de novas espécies de dinossauro, tendo já participado em escavações não apenas em Portugal, mas também na Gronelândia, na Mongólia, em Angola e nos E.U.A.

“Esta costa há 150 milhões de anos era bem diferente da atual. Tínhamos um relevo ao longo da costa, cujo último vestígio é o arquipélago das Berlengas, no fundo era quase como se fosse uma cordilheira de montanhas ao longo da nossa costa. O mar interior que entrava pela região de Lisboa, de Setúbal, que se estendia até Aveiro, formava um pequeno mar que estava rapidamente a ser preenchido com os sedimentos das montanhas em redor, e eram precisamente esses sedimentos que enterravam os esqueletos que permitiam que fossem conservados como fósseis até à atualidade”, descreve.

De entre as várias espécies de dinossauro descobertas em Portugal, Octávio Mateus destaca o Miragaia longicolum, um estegossauro herbívoro com placas no dorso e espinhos que se distribuíam até à cauda do animal: “Foram descobertos animais como estegossauros, nomeadamente a espécie que temos cá chama-se Miragaia longicolum que foi descoberto numa aldeia chamada Miragaia perto da Lourinhã. Temos o Lourinhanosaurus um dinossauro carnívoro, e o maior predador que alguma vez existiu na europa que se chamava Torvosaurus, e era um terópode quase do tamanho do Tyrannosaurus Rex”.

Além dos animais já referidos era também possível encontrar na paisagem jurássica do país, pequenos dinossauros herbívoros como os fabrosaurídios, com um comprimento de cerca de meio metro, além de outros animais como crocodilos, pequenos mamíferos, pterossauros, e alguns mosassauros e plesiossauros no mar.

Octávio Mateus prossegue a sua investigação sobre estes gigantes do passado, tendo recentemente descoberto nos E.U.A. uma nova espécie de saurópode – dinossauros herbívoros com pescoço comprido – chamada de Galeamopus pabsti que viveu há 150 milhões de anos na América do Norte. Elevando assim para 33 o número de novas espécies descobertas por este paleontólogo.

Saiba mais sobre o investigador em: LinkedIn | ResearchGate | FCT UNL

Imagem Banner: Miragaia Longicolum e Torvosaurus

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