32 charcos em seis regiões diferentes da Península Ibérica estão a ser estudados com o intuito de descobrir quais as consequências que as alterações climáticas podem ter nos ecossistemas e na biodiversidade destes locais.
Miguel Matias, investigador do CIBIO na Universidade de Évora, é o responsável pelo projeto Iberian Ponds que tem como objetivo estudar as consequências dos diferentes cenários previstos de alterações climáticas nos ecossistemas da Península Ibérica.
“Existem dois cenários de alterações climáticas para a Península Ibérica. Um deles é o aumento da seca o outro é uma tropicalização da península. No nosso projeto vamos tentar simular estes dois cenários de dois modos. Um modo é secar as nossas charcas, causando uma destruição do habitat, e o outro modo é fazer exatamente o contrário, manter a água dentro das charcas mas aumentando a temperatura utilizando um sistema de aquecimento”, explica.
Estas experiências vão ser desenvolvidas em seis regiões diferentes da península, desde o sul na região de Múrcia que é a zona mais quente da península até ao topo das montanhas, como por exemplo nos Pirenéus, e em zonas atlânticas chuvosas como o Porto.
“Em cada um destes sítios nós temos 32 charcos naturais, cada um com cerca de mil litros e que são colonizados por todo o tipo de espécies que normalmente observamos em charcos, desde algas, plantas, até libelinhas”, acrescenta.
Para além desta componente observacional e experimental do projeto Iberian Ponds tem também uma componente computacional e de modelação. “Isto quer dizer que nós vamos utilizar os dados que colhemos no campo da distribuição das espécies e das respostas das espécies às alterações climáticas para incorporar em modelos matemáticos que nos permitem, utilizando os cenários futuros de alterações climáticas, fazer previsões das respostas dessas espécies aos diferentes cenários”, conclui.
Saiba mais sobre o investigador em: CIBIO | Página Pessoal
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