As ervas marinhas são também um elemento importante para o reforço da biodiversidade deste ecossistema.
João Pedro Coelho, investigador no CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro (UA), está a estudar a eficácia da reintrodução de ervas marinhas na descontaminação de sedimentos da Ria de Aveiro.
“Historicamente, a Ria de Aveiro sofreu um forte impacto das descargas de efluentes industriais do complexo industrial de Estarreja. Apesar destas descargas já terem cessado há cerca de 30/40 anos, os contaminantes estão ainda presentes no sedimento”, conta.
Apesar de a ria estar num processo de reabilitação natural, os resultados indicam que embora as condições ambientais estejam melhores, há processos erosivos que fazem com que as camadas mais contaminadas de sedimento venham à superfície, o que pode trazer problemas no futuro.
Para tentar reverter essa situação, a equipa de João Pedro Coelho aceitou o desafio de desenhar uma solução baseada na natureza que permitisse estabilizar o sedimento, e aumentar a biodiversidade e a qualidade ambiental naquela zona.
A solução escolhida foi a reintrodução de ervas marinhas que são ecossistemas muito importantes na promoção da biodiversidade, na fixação de sedimentos, e na fixação de carbono, características que fazem delas uma boa ferramenta para a reabilitação de zonas contaminadas.
Foi assim escolhida uma zona da Ria de Aveiro para realizar um projeto piloto que visava o transplante de ervas marinhas.
Ao fim de três anos, foi possível verificar que as ervas marinhas conseguiram colonizar a zona alvo de forma eficiente e estão já a ser desenhados planos para expandir a escala do piloto.
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