Este estudo procura investigar a relação entre a proteína rodopsina e a cegueira em moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster), tendo como foco os fotorrecetores, as células do olho responsáveis pela visão da mosca drosófila.
Pedro Domingos, investigador no Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), identificou nos seus estudos que uma deficiência nas vias de sinalização celular mediadas pela proteína rodopsina podem causar a degeneração dos fotorrecetores e consequentemente levar à cegueira nas moscas-da-fruta.
“Nos nossos estudos nós usamos a mosca-da-fruta a drosophila melanogaster e em particular estamos interessados nos fotorreceptores da drosófila, ou seja, as células do olho da drosófila que são responsáveis pela visão. Um aspeto importante dos nossos estudos recentes foi a descoberta que a rodopsina, a proteína que é sensível à luz para ser funcional, ativa uma variedade de vias de sinalização celular que são conhecidas em inglês como Unfolded Protein Response e em particular uma via que é mediada por esta proteína que se chama IRE-1”, explica.
A ativação da IRE-1 é, segundo Pedro Domingos, essencial para que a rodopsina seja propriamente formada e se localize corretamente na estrutura do fotorreceptor que é responsável pela visão, o chamado rabdómero.
“95% da membrana do fotorrecetor na mosca adulta localiza-se no rabdómero. Existe durante a formação dos fotorrecetores, durante um período de dois dias, uma fase em que toda essa membrana é produzida no sentido de poder se formar o rabdómero. O que nós vimos nos nossos estudos é que quando existe uma deficiência do IRE-1 a rodopsina não consegue ir para o rabdómero e o rabdómero por outro lado degenera, ou seja, existe a degeneração do rabdómero e consequentemente do fotorreceptor, ou seja, as moscas acabam por ficar cegas”, conclui.
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