O RODA é um sistema que dá apoio a todo o processo de curadoria digital e permite que em caso de obsolescência tecnológica os ficheiros não sejam perdidos.
José Carlos Ramalho é investigador no Centro Algorítmico (ALGORITMI) da Universidade do Minho (UM), docente do Departamento de Informática da UM e trabalha em curadoria digital.
“Os períodos de obsolescência tecnológica ocorrem a cada cinco anos, portanto um documento criado hoje se não houver nenhum cuidado com ele, daqui a cinco anos poderá não conseguir-se abrir sequer ou não termos nenhum software que o consiga abrir”, começa por explicar o investigador. A curadoria digital preocupa-se precisamente em garantir que haja um sistema que armazene os documentos e que depois tenha funcionalidades muito específicas.
José Carlos Ramalho exemplifica da seguinte forma: “se o pdf hoje for descontinuado e amanhã for substituído pelo formato X, o nosso sistema vai lançar um alerta ao administrador a dizer que isso vai acontecer e que nesse momento ele tem não sei quantos milhões de documentos em pdf que tem que se tomar uma decisão sobre o que se vai fazer com eles”. Se já existe um conversor de ficheiros e se estiver presente no sistema, a decisão é precisamente de o usar para fazer a conversão.
Atualmente, o RODA é um sistema que suporta a curadoria digital em todo o seu ciclo de vida e que já está a ser implementado em algumas situações piloto. “Está-se a ligar aos sistemas de gestão documental das instituições para que os documentos depois da tramitação dentro do sistema de gestão documental vão ficar seguramente arquivados com os requisitos de autenticidade e de longevidade necessárias para podermos ter evidências daqui a uns anos”, conclui o investigador.
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