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Ep. 209 Ricardo Louro – Bactérias que produzem eletricidade podem ser solução para alimentar baterias em locais remotos

September 08, 2017

ep209_interiorAinda numa fase inicial de desenvolvimento, esta tecnologia pode ter aplicação em locais remotos ou cenários de guerra onde estas bactérias podem usar sedimentos locais ou águas residuais como fonte de alimento para a produção de eletricidade.


Ricardo Louro, investigador no Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), lidera um grupo de investigação onde explora o estudo de bactérias que têm a capacidade de produzir eletricidade.

“O nosso interesse no estudo destas bactérias é exatamente perceber ao nível molecular como é que este processo ocorre para poder ser otimizado, porque as bactérias evoluíram para viver no ambiente onde foram isoladas, não evoluíram para produzir eletricidade para a nossa utilização, mas se nós percebermos como é que elas produzem eletricidade podemos otimizar não só as bactérias mas também os equipamentos que vamos construir onde vamos colocar estas bactérias para elas produzirem eletricidade para nós e, desse modo, ter uma produção mais eficiente”, explica.

Segundo o investigador, estas bactérias pelo menos no estado atual em que está o desenvolvimento desta tecnologia que é um estudo muito inicial não permitem desenvolver equipamentos que sejam competitivos com a eletricidade que nos chega pelos fios a nossa casa. No entanto, a tecnologia já chegou ao ponto em que estas aplicações são competitivas em ambientes remotos.

“Por exemplo, locais muito isolados no centro de África ou em cenários de guerra em que não há infraestrutura instalada, e instalá-la fica muito caro ou implica vários riscos. Nesses locais já é competitivo este tipo de tecnologia porque no fundo utiliza bactérias e utiliza fontes de alimento para as bactérias que são relativamente simples de obter, ou porque estão disponíveis nos sedimentos do local ou porque as próprias pessoas que estejam no local com as águas residuais que produzem fornecem esse equipamento”, acrescenta.

Saiba mais sobre o investigador em: LinkedinResearchgate | ITQB NOVA

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