Fatores como a idade e a dimensão da empresa contribuem para melhorar as condições de acesso ao crédito das PME. As pequenas e médias empresas de base familiar mostraram ainda uma maior capacidade de reforço de financiamento e capitais próprios quando comparadas com PME não familiares.
Zélia Serrasqueiro, investigadora do CEFAGE – Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia e docente na Universidade da Beira Interior (UBI), está a desenvolver este estudo com o objetivo de caracterizar a relação entre a performance financeira, a dimensão, a idade e a origem das PMEs nacionais.
“Este projeto incide sobre o financiamento das pequenas e médias empresas (PME) e quais são os seus problemas no acesso ao financiamento devido à sua própria dimensão. Esta característica é relevante sobretudo no acesso ao financiamento externo”, explica Zélia Serrasqueiro.
Segundo a investigadora, os estudos já realizados permitiram concluir que a dimensão é um fator relevante no acesso às fontes de financiamento externas, como aquelas provenientes de fundos europeus. “Verificamos que quanto maior é a dimensão, maior é a probabilidade da diversificação de fontes de financiamento e também é maior a probabilidade da performance financeira e do sucesso das PMEs”, acrescenta.
A idade da empresa apresenta-se também como um fator relevante para a obtenção de crédito. Uma empresa já estabelecida e com alguns anos de atividade terá, em princípio, uma maior capacidade de acesso ao crédito que uma PME mais recente. “À medida que a empresa evolui no seu ciclo de vida, que se torna mais velha, a probabilidade de aceder a fontes de financiamento externas com maior grau de diversificação aumenta, portanto a performance financeira aumenta, a capacidade de investir aumenta e portanto o sucesso e a performance financeira também aumenta.”
Quando comparadas com empresas da mesma dimensão e idade, as empresas familiares aparentam ter vantagem no acesso a fontes de financiamento. “Os resultados desta análise indicam que apesar de também nas empresas familiares a dimensão e a idade contribuírem para melhores condições de acesso ao crédito, de reforço do seu investimento, e dos capitais próprios, verifica-se que estas duas variáveis nas empresas familiares contribuem mais para o seu sucesso e para a sua sobrevivência do que numa PME não familiar”, conclui.
Saiba mais sobre a investigadora em: ResearchGate | LinkedIn | CEFAGE | UBI
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