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Ep. 268 Cristina Cruz – BioClub: Projeto desenvolve biofertilizantes inspirados na relação entre as plantas e os microrganismos do solo

December 01, 2017

ep268_interiorA rizosfera, o micro ambiente que engloba a raiz, o solo e os microrganismos que nele habitam, é crucial para o bem-estar e o crescimento da planta. Estudar as relações entre a raiz e os microrganismos do solo que com ela se relacionam pode ajudar a desenvolver técnicas mais eficazes de produção agrícola.​


Cristina Cruz, investigadora do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais e professora no departamento de Biologia Florestal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), está a desenvolver um biofertilizante através do estudo das relações ecológicas entre os organismos que compõem a rizosfera.

“Aquilo que nós fizemos foi de alguma forma ir à rizosfera neste caso de plantas de trigo e recrutar microrganismos que tivessem uma interação com fixadores de azoto com solubilizadores de fósforo, como produtores de hormonas e que de alguma forma promovessem o crescimento da planta”, conta.

Com o projeto BioClub a investigadora quer usar a informação recolhida para produzir a receita ideal de biofertilizante. “A ideia do BioClub é produzir um biofertilizante em que os componentes desse biofertilizante não são misturas feitas ao acaso de organismos que se verificaram que eram muito bons a desempenhar determinadas funções, mas sim organismos que de alguma forma complementam a sua funcionalidade”, explica.

Identificados os microrganismos mais promissores são realizados testes para perceber se estes são passíveis de ser reproduzidos em condições de fermentação e de produção industrial, mais concretamente, se são capazes de resistir ao stress que implica a inoculação em sementes, ou a inoculação no próprio solo na altura da sementeira.

Identificar como estes organismos comunicam entre si e com a planta é o próximo grande desafio do BioClub. “No ponto que estamos agora queremos perceber como é que estes microrganismos comunicam entre si e como é que comunicam com a planta para de alguma forma percebermos se há um produto que é único. Um composto que nós possamos também acoplar a este conjunto de microrganismos para estimular o seu funcionamento e facilitar a sua interação com a raiz quando são aplicados ao solo”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CE3C | FCUL

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