A Geração XXI está há doze anos a acompanhar cerca de oito mil e seiscentas crianças nascidas na cidade do Porto entre os anos de 2005 e 2006. Este estudo geracional procura responder a diversas questões sobre o desenvolvimento das crianças, destacando entre as quais as causas da obesidade infantil.
Ana Cristina Santos, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), está a desenvolver esta coorte de nascimentos com o objetivo de descobrir qual o impacto da obesidade infantil na saúde ao longo da vida.
“Na Geração XXI tentamos proceder a abordagens mais inovadoras no sentido de tentarmos explicar porque é que a obesidade infantil é tão importante. Sabemos que é um problema de saúde pública grave, quer na europa e particularmente em Portugal, mas tirando partido desta abordagem mais longitudinal que uma coorte nos proporciona conseguimos desenhar abordagens diferentes que nos ajudem a explicar primeiro porque é que as crianças estão a ficar mais obesas ou porque são obesas, mas também quais são os principais impactos dessa obesidade mesmo em idades muito jovens”, explica.
Com os dados da Geração XXI foi já possível estabelecer curvas de crescimento de peso e altura em toda a coorte ao longo da infância. Estas curvas de crescimento neonatal mostram como as crianças crescem naqueles primeiros dias de vida.
Segundo a investigadora, foi já possível perceber que não existe uma associação entre o ritmo de crescimento neonatal e a obesidade durante a infância.
Contudo, os resultados deste estudo alertam que o peso à nascença continua a ser um forte determinante da obesidade infantil. “Como fator modificável que é, apresenta-se como um alvo próprio para intervenção em termos de saúde pública”, salienta.
Saiba mais sobre a investigadora em: ISPUP
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