Com testes a decorrer em cinco municípios, esta ferramenta vai avaliar um sistema de taxação dos resíduos urbanos baseada na quantidade de lixo que cada um produz. Quem reciclar e quem produzir menos resíduos, vai pagar menos ao fim do mês.
Célia Ferreira, investigadora no CICECO – Instituto de Materiais da Universidade de Aveiro (UA) e no CERNAS – Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), está a desenvolver o projeto life PAYT com o objectivo de promover a reciclagem e a reutilização de resíduos junta da população portuguesa.
“A maneira como pagamos os resíduos que produzimos no nosso quotidiano não incentiva a reciclagem nem a redução dos resíduos. No nosso dia-a-dia produzimos muitos resíduos de vidro, plástico e papel que vão parar ao caixote do lixo em vez de serem colocados no ecoponto onde poderiam facilmente ser reencaminhados para reciclagem”, aponta.
Este projeto está a testar uma forma diferente de cobrar os resíduos em que quanto menos resíduos deitarmos fora menos vamos pagar. Para pagar menos podemos por exemplo separar os resíduos da embalagem colocando-os no ecoponto, usar embalagens reutilizáveis ou comprar produtos com menos embalagens. Podemos também fazer compostagem doméstica ou reduzir o desperdício alimentar, para Célia Ferreira há várias maneiras de conseguir reduzir a quantidade de resíduos.
“Neste projeto em concreto estamos a testar em cinco municípios novos equipamentos de recolha de resíduos, novos contentores, que são adequados a este sistema de tarifário. Estamos a escolher as tecnologias mais adequadas para transmitir os dados e para perceber também o comportamento dos cidadãos face a este novo sistema”, revela.
Segundo a investigadora, atualmente as pessoas não têm muita consciência da quantidade de resíduos que produzem. Com este projeto vai ser possível medir a quantidade de resíduos que cada pessoa faz e as pessoas vão ter acesso a essa informação, com o intuito de provocar uma mudança no comportamento de cada um.
“Passam a ter mais consciência da quantidade que produzem e portanto vão ter mais cuidado no seu comportamento e no seu quotidiano”, acrescenta.
Em Portugal o projeto life PAYT vai ser testado em Lisboa, Aveiro e Condeixa. Este projeto será também testado em dois municípios na Grécia e no Chipre.
Saiba mais sobre a investigadora em: CICECO | CERNAS
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