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Ep. 412 Susana Vilanova – Técnicas de geocronologia descobrem duas falhas sísmicas ao longo do rio Tejo

June 21, 2018

ep412_interiorCom técnicas que recorrem ao estudo de alterações geológicas provocadas por sismos na antiguidade foi possível identificar um sistema de falhas composto por duas estruturas, uma com cerca de 85 km na margem norte do rio Tejo e outra com cerca de 75 km na margem sul.


Susana Vilanova, investigadora no CERENA – Centro de Recursos Naturais e Ambiente do Instituto Superior Técnico (IST-UL), recorre a técnicas de geocronologia para identificar deformações provocadas por sismos no passado com o objetivo de minimizar os efeitos dos sismos do futuro.

“Tenho liderado e participado em diversos projetos que visam identificar os sismos do passado com vista a minimizar os efeitos dos sismos do futuro. Apesar dos sismos muito grandes provocarem formações muito espetaculares – estamos a falar de vários metros de deslocamentos verticais ou horizontais – o que acontece é que em zonas onde os processos erosivos são bastante acentuados e em que exista muita ação humana, ou seja, em que a paisagem é transformada pela ação do Homem, depois de algumas centenas de anos esses indícios são muito subtis. É preciso então um verdadeiro trabalho de detetive para conseguir encontrá-los e para conseguir perceber exatamente onde passa a estrutura”, conta.

Nos locais em que os indícios são mais prometedores é feita uma escavação onde são aplicadas técnicas de paleosismologia – ciência que estuda os registos geológicos de sismos no passado – para tentar perceber através da deformação das camadas geológicas em profundidade, o número de sismos e o tamanho dos sismos que afetou esse segmento de falha.

“Quando se faz a projeção de uma estrutura crítica, como são por exemplo as barragens, as centrais nucleares ou os hospitais, é necessário fazer um estudo sísmico, para no fundo se tentar perceber qual é a intensidade dos movimentos de solo que essa estrutura terá que suportar na sua vida útil. Para fazer estes estudos com precisão é muito importante saber exatamente onde é que está a falha sísmica e até que ponto ela é ativa”, explica.

Ao estudar a intensidade e a periodicidade dos sismos no passado geológico de uma determinada região é possível usar esses dados para avaliar o risco de construção de uma estrutura crítica, como as referidas por Susana Vilanova, nesse local

Foram estas técnicas que permitiram descobrir o sistema de falhas que ocorre ao longo do rio Tejo. Estes dados vão assim permitir desenvolver modelos temporais para definir o risco sísmico desta região.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | Cerena 

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