ambiente,
90 seg

Ep. 426 Filipe Martinho – Projeto MYTAG vai acompanhar o ciclo de vida da solha

July 11, 2018

ep426_interiorEste projeto quer estudar o ciclo de vida da solha em Portugal, entre o rio, o mar e o estuário. Para tal, este grupo de investigação vai marcar alguns exemplares com marcadores capazes de transmitir informação sobre a localização dos peixes.​


Filipe Martinho, investigador do Center for Functional Ecology (CFE) da Universidade de Coimbra (UC), está a desenvolver o projeto MYTAG dentro de uma equipa multidisciplinar de biólogos e engenheiros em colaboração com o CIIMAR, o INESC TEC e o MARE.

Este projeto vai desenvolver marcas artificiais para estudar migrações ciclo de vida da solha-das-pedras (Platichthys flesus) ao longo do gradiente entre o mar o estuário e o rio.

Estas marcas vão ser testadas em laboratório e no campo com o objetivo de determinar os efeitos no comportamento, condição e sobrevivência das solhas. A principal inovação deste projeto passa pela colocação de marcas acústicas que vão ser seguidas por veículos robóticos não tripulados. Estes veículos vão captar os sinais emitidos pelas marcas, permitindo assim avaliar os padrões de utilização do habitat e as migrações reprodutivas ao longo da costa.

“A solha é uma espécie que efetua migrações ao longo do seu ciclo de vida e essas migrações são feitas entre o mar, o estuário e o rio, ou seja, o ciclo de vida típico desta espécie seria que os adultos vivem no mar, a reprodução é feita, esperamos nós, também no mar e posteriormente as larvas ao eclodirem vão-se aproximando da costa onde sofrem metamorfose assentam no fundo e depois migram para os estuários onde ficam a crescer durante dois ou três anos até ganharem tamanho suficiente para voltarem ao mar e fechar o ciclo de vida”, explica.

Segundo Filipe Martinho, esta espécie ainda é pouco conhecida em Portugal, sendo ainda desconhecido como funciona o próprio ciclo de vida da solha, e se este é igual em todas as zonas da costa ou não.

Os dados recolhidos até ao momento indicam que a reprodução da solha decorre essencialmente durante o Inverno e que os peixes parecem regressar com alguma regularidade ao estuário onde cresceram.

“O projeto ainda está em curso mas alguns dados preliminares apontam que a reprodução ocorre essencialmente no inverno até pela combinação dos vários métodos que estamos a usar. Parece haver alguma relativa fidelidade ao estuário onde elas foram capturadas e que alguns fatores ambientais tais como a salinidade e o caudal do rio podem influenciar o crescimento e a própria distribuição dos juvenis”, revela.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | ORCID | UC

Scroll to top