saúde pública,
90 seg

Ep. 444 Susana Silva – Projeto quer conhecer a opinião dos portugueses sobre a confidencialidade na doação de gâmetas

September 06, 2018

ep444_interiorUma nova lei veio pôr fim à confidencialidade na doação de gâmetas. Qual o impacto desta medida na doação de gâmetas em Portugal? Devem os pais e as crianças ter acesso ao nome do dador? Deve esta lei ter efeitos retroativos? ​


Para responder a estas questões, Susana Silva, investigadora no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e professora auxiliar convidada na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), quer ouvir a opinião de dadores, de beneficiários e de profissionais de saúde.

“Este projeto surgiu do apelo de algumas instituições nacionais em relação à necessidade de haver investigação e produção de evidência em relação à doação de gâmetas há cerca de 20 anos. Nós então pensamos num projeto que pudesse contribuir com alguma evidência para sustentar políticas de saúde centradas nas pessoas”, explica.

Susana Silva está a recolher o testemunho de mulheres e homens que decidiram doar os seus gâmetas, ou seja, os seus óvulos e os seus espermatozoides para o banco público de gâmetas. A investigadora está também a ouvir os beneficiários e os profissionais de saúde que lidam diretamente com as pessoas que estão envolvidas no processo de doação de gâmetas.

“Temos também algumas questões que têm a ver com o processo de revelação. O que é que isto significa, será que estes casais e estas mulheres e homens envolvidos em doação de gâmetas podem e devem revelar aos seus filhos o processo de conceção? Se devem, em que circunstâncias devem fazê-lo? Qual é a idade mais apropriada? Quem o deve dizer? Como o deve fazer?”, questiona.

Com resultados ainda por apurar a investigadora espera assim conhecer a opinião da sociedade portuguesa sobre o fim da confidencialidade na doação de gâmetas.

“Estas situações, que são práticas com as quais as pessoas se confrontam, têm de facto muitas implicações e a investigação científica pode ajudar a produzir evidência para ajudar na tomada de decisão futura”, salienta.

Saiba mais sobre a investigadora em: twitter | Researchgate | ISPUP 

Scroll to top