Os inquiridos estabeleceram uma média de 23 mortes diárias para justificar a implementação de medidas de confinamento.
Luís Filipe, investigador no Departamento de Investigação em Saúde da Universidade de Lancaster (LU) no Reino Unido, está a avaliar as preferências das pessoas em relação às políticas tomadas durante a pandemia de COVID-19, e ao impacto dessas mesmas políticas.
Para tal, a equipa de Luís Filipe desenhou um modelo de inquérito que coloca as pessoas perante dilemas. Por exemplo, ao inquirido é apresentada a escolha entre duas situações distintas, num dos cenários, o número de mortes é muito elevado, mas não existe qualquer restrição à vida das pessoas, no segundo, o número de mortes é baixa mas as pessoas têm que ficar em casa em confinamento obrigatório.
A opção que a pessoa escolher vai indiretamente dizer como esta valoriza cada um destes atributos, neste caso o número de mortes e o grau de confinamento.
“O que nós fizemos foi utilizar este modelo e fazer várias combinações entre estes atributos. Criámos vários dilemas em que as pessoas têm que escolher múltiplas vezes entre duas opções e através dessas opções nós usamos algoritmos para perceber quais é que são de facto os atributos a que as pessoas dão maior valor”, explica.
Até ao momento este estudo foi apenas realizado com uma pequena população maioritariamente constituída por alunos universitários. No entanto, os resultados do questionário nesta população demonstraram que as pessoas revelam uma grande preocupação com o número de mortes, seguido da pobreza generalizada e da quera de rendimentos.
O impacto do confinamento na educação e as restrições de vida foram os critérios a que as pessoas menos deram importância.
Este tipo de estudos pode ser usado para medir o pulso à popularidade de diferentes opções políticas e assim apoiar as entidades responsáveis na tomada de decisão.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | LU
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