ciências do mar,
90 seg

Ep. 463 Bárbara Horta e Costa – Quão seguras são as áreas marinhas protegidas para as espécies que nelas habitam?

October 03, 2018

Esta investigação está a estudar o grau de conservação do sargo na área marinha protegida ao largo da costa vicentina e do sudoeste alentejano. A legislação em vigor sobre a pesca deste peixe precisa de ser alterada para garantir a sobrevivência da espécie.​


Bárbara Horta e Costa, investigadora do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg), quer desenvolver um modelo de gestão capaz de conciliar os diferentes usos que ocorrem dentro das áreas marinhas protegidas.

“Neste momento estou a trabalhar no parque natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, onde estamos a tentar perceber se as diferentes zonas de proteção estão a ter algum impacto na conservação das espécies. Na minha linha de investigação estou a tentar perceber se o sargo, uma espécie de peixe que desova nesta área, está a ser eficazmente protegido pelas medidas de gestão que lhe estão dirigidas”, explica.

O sargo é uma espécie que desova no inverno, altura em que há um maior volume de pesca deste peixe. Se nada for feito para alterar esta tendência, a espécie pode correr o risco de desaparecer das nossas águas.

“Há muita pesca dirigida a esta espécie no inverno, altura em que o sargo faz a sua desova, e isso pode comprometer a espécie no futuro porque ela pode não conseguir reproduzir-se o suficiente se for muito capturada”, alerta.

Além da proteção do sargo, este projeto tem também uma vertente de mapeamento da biodiversidade ao longo do parque, com o objetivo de avaliar o efeito da proteção nas espécies que compõem este ecossistema marinho.

Bárbara Horta e Costa quer também perceber como são geridos os diferentes usos desta área, com o objetivo de sugerir medidas que podem melhorar as atividades humanas realizadas nestas águas.

“As áreas marinhas protegidas muitas vezes são áreas em que apenas se gerem usos com o objetivo de proteger. Não são áreas em que se proíbem os usos, na maior parte dos casos tenta-se é gerir melhor”, reforça.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CCMAR

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