Sistema composto por oito questões colocadas no início e no fim de cada sessão incentivam o paciente a avaliar não só a sessão como o próprio terapeuta.
Daniel Sousa, psicólogo clínico no ISPA – Instituto Universitário está a desenvolver um projeto financiado pela Fidelidade Seguros com o objetivo de avaliar a mais-valia dos sistemas de feedback na psicoterapia de pacientes vítimas de acidentes de trabalho.
“Ao nível dos acidentes de trabalho estamos a desenvolver um projeto com o objetivo de fazer intervenções psicoterapêuticas de 14 sessões, com sistema de feedback de forma a tentar perceber como podemos melhorar o resultado dessas intervenções”, descreve.
No início de cada sessão de psicoterapia, com a duração de 50 minutos, o paciente responde a quatro questões sobre a forma como passou a última semana a nível pessoal, familiar e de trabalho. No final da sessão são feitas novamente quatro questões sobre a relação terapêutica, como está a decorrer a intervenção, como está a decorrer a relação terapêutica com o técnico, com o psicólogo, ou com o psicoterapeuta. Para Daniel Sousa, a resposta a essas oito questões fornecem dados objetivos que depois podem ser analisados para perceber se o paciente está a ter resultados mais positivos após cada sessão, ou se estas não o estão a ajudar.
“Quando a resposta é não, o que é importante perceber é o que está a contribuir para que nós não estejamos a melhorar e é isto que tem sido identificado como um aspeto fundamental dos sistemas de feedback: Identificar o que está a correr menos bem na perspetiva do paciente para podermos nos ajustar aos objetivos dele e tentarmos ajustar a nossa intervenção terapêutica de forma a termos melhores resultados”, conta.
Embora Daniel Sousa reconheça que 14 sessões não são suficientes para ajudar todos os pacientes, até ao momento obtiveram 50% de resultados satisfatórios com as pessoas que participaram neste estudo.
Outra mais-valia dos sistemas de feedback é que, segundo o investigador, a sua implementação tem a capacidade de reduzir a percentagem de desistências para metade.
“O fator mais importante é a pessoa e não o diagnóstico. Queremos ver o paciente como sujeito ativo na relação com o terapeuta”, conclui.
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