As ribonucleases são proteínas que existem na célula e que têm como função processar e degradar as moléculas de RNA. São também responsáveis pelo controle de qualidade destas moléculas.
Rute Matos, investigadora no Laboratório de Controle de Expressão Génica no Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), está a estudar o uso de ribnonucleases como alternativa aos antibióticos convencionais.
Devido às funções que desempenham na célula, as ribonucleases são alvos interessantes para o desenvolvimento de compostos antimicrobianos, pois estas proteínas estão sujeitas a menos mutações e são mais conservadas o que reduz a capacidade dos microorganismos desenvolverem resistências a estes compostos, em particular, quando comparadas com os antibióticos que existem atualmente no mercado.
“No meu laboratório estou a estudar estas proteínas em organismos patogénicos para perceber melhor como é que elas funcionam na célula, quais os mecanismos onde elas atuam e qual a sua importância no metabolismo celular”, explica.
Rute Matos tem um especial interesse em estudar bactérias que causam doenças em humanos. Neste momento, a sua equipa está focada em estudar um agente patogénico alimentar, a Campylobacter jejuni, uma bactéria que é o principal agente causador de gastroenterites no mundo e que pode ser encontrada em carnes mal cozinhadas.
O estudo do efeito das ribonucleases nesta bactéria poderá também contribuir para o desenho de novas estratégias de preservação alimentar que permitam reduzir a contaminação da carne por este microorganismo durante o seu processamento.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | ITQB NOVA