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Ep. 2021 Sílvia Monteiro – Estudo usa água do rio Infulene para avaliar a presença de infeções por dengue e chikungunya na população de Moçambique

May 26, 2025

O Infulene é um pequeno rio com cerca de 20 km de comprimento que corre de norte para sul na província de Maputo, em Moçambique.


Sílvia Monteiro, investigadora no CERIS – Instituto de Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade e no Laboratório de Análises do Instituto Superior Técnico (LAIST), está a avaliar a presença de infeções por dengue e chikungunya na população de Moçambique, através da recolha de amostras de água do rio Infulene.

A vigilância das águas residuais teve um boom muito grande em 2020 durante a pandemia de SARS-CoV-2, quando ainda não se sabia muito sobre o vírus e, portanto, as águas residuais foram utilizadas muito como um método indireto de vigilância da saúde da população.

Como o ser humano e os animais excretam tudo para este tipo de águas, é possível usá-las também para perceber quais são os consumos da população, quer em termos de medicação, como também para avaliar a sua saúde e os níveis de infeção.

A equipa de Sílvia Monteiro realizou trabalho em Moçambique, onde foi feita uma análise da presença de vírus entéricos, como o norovírus, e a hepatite A, nas águas residuais, mas que visou também identificar a presença de bactérias resistentes a antibióticos e de arbovírus, que são vírus transmitidos por insetos.

Em particular, foi possível identificar uma prevalência muito grande de dengue e de chikungunya nas águas do rio Infulene, um rio que corre de norte para sul na província de Maputo, em Moçambique.

“Em Moçambique, muitas vezes as pessoas quando têm algum tipo de sintomas, acha-se que é malária, mas houve um artigo em que testaram as pessoas que tinham suposta malária e verificou-se que, na realidade, elas tinham muitas vezes infeções com chikungunya ou dengue, e foram identificadas até infeções entre chikungunya e malária, ou dengue e malária”, revela.

Analisando as águas do rio Infulene foi possível identificar uma grande prevalência destas infeções acima dos valores registados pelas autoridades, o que, segundo Sílvia Monteiro, poderá significar que as pessoas não apresentam sintomas ou que não sentiram necessidade de se irem testar.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | IST

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