Esta técnica usa células do paciente para produzir uma pasta que é depois moldada no formato da lesão ou da fratura.
Rita Almeida, investigadora no grupo COMPASS do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro da Universidade de Aveiro (UA), está a usar técnicas de impressão 3D para o tratamento de lesões e fraturas ósseas.
“No nosso grupo de investigação utilizamos materiais sustentáveis, ou seja, materiais que são descartados pela indústria ou materiais que estão em abundância na natureza e levamo-los para o laboratório para modificá-los quimicamente e produzir outros materiais que possam ser implantados no corpo humano”, explica.
Neste último trabalho a equipa de Rita Almeida usou materiais derivados do sangue, chamados lisados de plaquetas. Estes lisados de plaquetas são produzidos após o rebentamento das plaquetas que têm no seu interior um cocktail muito rico e bioativo para o nosso corpo.
Depois, estes lisados de plaquetas são modificados para terem propriedades que permitam que sejam impressos em 3D.
Esta impressão 3D permite imprimir a geometria exata do implante ou da ferida que o paciente precisa para tratar um defeito ou uma lesão.
Como se trata de um material produzido a partir de células do sangue do próprio paciente, esta técnica evita também que o implante seja rejeitado pelo seu corpo como por vezes acontece com os implantes ósseos que são atualmente usados em medicina regenerativa.
Um dos aspetos mais interessantes deste trabalho é que ele usa técnicas de impressão 3D convencionais a partir de impressoras disponíveis comercialmente em qualquer loja de eletrónica.
Neste caso é usada uma impressora de pressão de ar que usa um hidrogel produzido por esta equipa que é depositado camada a camada até atingir o modelo que o paciente precisa, num processo similar à forma como um pasteleiro molda a massa dos seus bolos.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | CICECO