Ligações de halogénio são ligações não covalentes que permitem duas moléculas independentes ligarem-se entre si, de uma forma reversível.
Paulo Costa, professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e investigador no BioISI – Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas, está a estudar o papel das ligações de halogénio na capacidade dos fármacos atravessarem a membrana celular.
As ligações de halogénio permitem que duas moléculas diferentes se liguem uma à outra de uma forma muitas vezes reversível, similar à junção entre duas peças de velcro. Estas ligações são diferentes porque são estabelecidas entre átomos de halogénio, que são bastante comuns em fármacos, e outros elementos que são eletronegativos.
O laboratório de Paulo Costa utiliza experiências in silico, isto é, usando computadores para fazer simulações da dinâmica molecular e da mecânica quântica, para compreender como é que estas ligações funcionam a nível molecular.
“É como se tivéssemos um supermicroscópio que nos permitisse ver as ligações a ocorrer a nível molecular”, acrescenta.
Em particular, a equipa de Paulo Costa está interessada em estudar o fenómeno da permeabilidade das moléculas, ou seja, da capacidade que estas têm para atravessar a membrana celular.
Muitos dos fármacos que têm halogénios na sua composição química, são conhecidos por aumentarem a sua permeabilidade através das membranas celulares. Por esse motivo, Paulo Costa pretende avaliar qual a influência das ligações de halogénio na permeabilidade dos fármacos.
“Este conhecimento vai-nos permitir, de alguma forma, modelar esta permeabilidade e provavelmente criar fármacos mais capazes de atravessar a membrana celular”, explica.
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