
Nos últimos 20 anos o número de alcateias caiu de 63 para 58.
Rita Torres, investigadora no CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar e no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA), está a preparar uma nova guia para melhorar o estado de conservação do lobo ibérico ao longo da próxima década.
Em 2017, Rita Torres participou no Plano de Ação e Conservação do Lobo Ibérico, o PAC Lobo, que tinha como objetivo coordenar ações e objetivos concretos para alcançar um estatuto de conservação favorável do lobo ibérico em Portugal.
Uma destas ações foi a realização de um censo entre 2019 e 2021, já que o último tinha sido realizado em 2002 e 2003. Neste censo a Universidade de Aveiro ficou responsável pela monitorização de três alcateias.
Os resultados mostraram que o lobo ibérico está presente em cerca 16 mil Km2, e de forma esporádica em mais 3 mil Km2.
Em comparação com o primeiro censo, a população de lobo ibérico reduziu a sua área de presença na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, e a sul do rio Douro. Tendo o número de alcateias caído de 63 para 58 confirmadas e duas prováveis.
Os dados deste censo mostraram que de facto não foi possível nos últimos 20 anos melhorar o estado de conservação do lobo ibérico.
O Ministério do Ambiente e Energia identificou como necessidade a definição de um novo ciclo de medidas para alcançar o estatuto favorável da espécie, o que levou à criação do Programa Alcateia 25/35.
Neste sentido, em abril de 2025 foi feita uma reunião com várias partes interessadas, desde a academia até produtores pecuários, caçadores, representantes de infraestruturas, e ONGs, que em conjunto verteram as suas preocupações e propuseram novas linhas de ação, para um documento que possa ser aprovado em Conselho de Ministros e servir como uma guia diretora para a conservação desta espécie ao longo da próxima década.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Google Scholar | CESAM
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