Projeto pretende compreender o processo da ejaculação e consequente comportamento ao nível do cérebro e da espinal medula.
Susana Lima é investigadora de neurociências na Fundação Champalimaud e estuda os mecanismos que ocorrem no cérebro e que levam à alteração do comportamento dos machos de ratinhos aquando de uma ejaculação.
O que se sabe sobre a ejaculação? “Nós sabemos que quando os machos ejaculam o seu comportamento é drasticamente diferente do período antes da ejaculação, mas sabemos muito pouco sobre o que é que se passa no cérebro”, responde a investigadora. Esse comportamento é visto como um reflexo que pode ser despoletado pela espinal medula. No entanto, para que os machos não tenham ereções e ejaculações constantemente, a espinal medula está quase sempre inibida, inibição essa que vem do cérebro. “Portanto o cérebro está a inibir a espinal medula até que as condições certas aconteçam para que uma ereção e ejaculação possam acontecer”, constata Susana Lima.
“Por um processo que não se sabe, que não se conhece, atinge-se um ponto em que a ejaculação é despoletada e mais uma vez a ejaculação é principalmente um processo que é determinado pela espinal medula, com o controlo do cérebro, mas que é um processo que acontece basicamente a nível da espinal medula”, sumariza. A questão que se coloca agora é: como é que a espinal medula avisa o cérebro que acabou de despoletar uma ejaculação?
“É isso que estamos a tentar perceber, e sim, estamos à procura do hot spot na espinal medula que permita a criação da ejaculação mas também que mande um feedback para o cérebro para dizer ao animal ‘isto acabou de acontecer e o teu comportamento agora tem de ser alterado, estamos noutra fase do comportamento’”, explica a investigadora.
Saiba mais sobre a investigadora em: Fundação Champalimaud
Crédito Foto Susana Lima: Liad Hollender
Crédito Foto Banner: Neuroethology Lab