A introdução de variedades de glúten menos tóxicas pode ser a solução para doentes celíacos. Mas não será suficiente. Este projeto pretende desenvolver uma tecnologia de desintoxicação do glúten.
Gilberto Igrejas é docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigador do UCIBIO – Requimte e estuda a doença celíaca, uma doença autoimune que ocorre em pessoas com predisposição genética e que é causada pela permanente sensibilidade ao glúten.
“O trabalho que estamos atualmente a desenvolver tem como objetivo utilizar variedades de trigo para combater a doença celíaca e visa essencialmente duas vertentes”, explica o investigador. A primeira vertente está relacionada com a utilização de recursos genéticos que existem nas variedades de trigo, e a segunda com o desenvolvimento de uma tecnologia que reduza a toxicidade do glúten para os doentes celíacos. “Como nós sabemos, há variedades que são muito heterogéneas e, portanto, o nosso trabalho permitiu concluir que as diferentes variedades de glúten têm níveis de toxicidade para os doentes celíacos muito diversos”, explica Gilberto Igrejas.
Para que a tecnologia da segunda vertente possa ser desenvolvida, “contamos com uma colaboração muito ativa por parte do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro que, fruto de uma colaboração intensa ao nível da investigação precisamente com doentes celíacos, nos fornecem células de biópsias intestinais que possibilitam hoje testar o efeito do glúten para com estes pacientes”, realça. O investigador já requisitou uma patente, pelo que quando for confirmada irá permitir a “integração societal das pessoas com a doença celíaca através do desenvolvimento de variedades que têm menores teores de aleginicidade para com os doentes celíacos e posteriormente com uma tecnologia de desintoxicação do glúten”, conclui.
Saiba mais sobre o investigador em: Requimte | DeGóis | ResearchGate