Foi descoberta uma relação entre alergias severas como a asma e a rinite alérgica e a perturbação de hiperatividade e défice de atenção.
Joana Guedes, investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), está a estudar o impacto das alergias severas no desenvolvimento do cérebro nos primeiros anos de vida.
“No nosso do laboratório estudamos as condições do neurodesenvolvimento e estamos interessados em perceber como é que diversos fatores ambientais influenciam o desenvolvimento do cérebro”, conta.
Em particular, a equipa de Joana Guedes está interessada em estudar o impacto de alergias severas como a dermatite atópica, a rinite alérgica, e a asma alérgica, no desenvolvimento do cérebro, mais concretamente no desenvolvimento do cerebelo, uma zona do cérebro responsável pela regulação da nossa atividade motora e que tem um período de desenvolvimento muito alargado que normalmente se estende para lá do nascimento, durante os primeiros anos de vida.
Já existe alguma literatura epidemiológica que relaciona as alergias severas com o desenvolvimento de perturbação de hiperatividade e défice de atenção, também conhecida por PHDA. O que esta equipa fez foi descrever um mecanismo através do qual esta ligação pode ser justificada.
“Aquilo que percebemos foi que quando utilizávamos ratinhos nos quais induzíamos asma alérgica nas duas primeiras semanas de vida, mais tarde estes animais vinham a desenvolver comportamentos reminiscentes de PHDA como a hiperatividade e a impulsividade”, revela.
A descoberta desta relação entre alergias severas e PHDA poderá ser útil para desenvolver novas terapias e recomendações para o tratamento destas alergias em idades precoces.
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