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Ep. 620 Ana Osório Oliveira – Investigação quer conhecer os processos que levam à morte celular na doença de Alzheimer

May 10, 2019

ep620_interiorEsta investigação está a olhar para as células da glia no cérebro com o objetivo de conhecer os mecanismos que podem levar ao desenvolvimento da doença de Alzheimer.​


Ana Osório Oliveira, neurocientista no Instituto Karolinska (KI) em Estocolmo, na Suécia, está a estudar como as diferentes mutações de um neurorecetor presente nas células da glia podem estar associadas à progressão de doenças neurológicas como a doença de Alzheimer.

“Estudo o cérebro, nomeadamente doenças neurodegenerativas como o Alzheimer, a doença de Parkinson e a doença de Huntington. Neste momento estou mais focada na doença de Alzheimer e também nas células da glia, ou seja, quando falamos em cérebro toda a gente sabe o que são os neurónios mas há também as células da glia entre outras”, conta.

As células da glia são células não neuronais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos neurónios. Entre as diferentes células da glia, Ana Osório Oliveira está focada no estudo dos astrócitos, células que como o próprio nome indica são em forma de astro, como uma estrela.

A neurocientista está a concentrar a sua investigação no estudo do neurorecetor P75. Este neurorecetor tem um papel fulcral no desenvolvimento das células e embora seja mais caracterizado nos neurónios, também está presente nas células da glia. 

“Há várias mutações já conhecidas neste neurorecetor que se chama P75 e nós estamos a tentar ver como é que estas mutações nestes recetores que têm um papel fulcral no desenvolvimento da célula, na replicação da célula, e na própria sobrevivência da célula no nosso cérebro, podem estar associadas à progressão de doenças neurológicas como a doença de Alzheimer”, revela.

Neste momento Ana Osório Oliveira está a tentar caracterizar as diferentes mutações deste neurorecetor P75 para detetar aquelas que apresentem um maior potencial de desenvolvimento da doença de Alzheimer.

“Na verdade já há uma imensidão de mutações conhecidas mas nós estamos a tentar focar em mutações que possam ter um papel relevante para a progressão da doença uma vez que se tentarmos compreender melhor o papel complexo de algumas das atividades que estas mutações possam afetar, poderemos talvez entender melhor o que é que acontece na morte celular que caracteriza a doença de Alzheimer”, acrescenta. 

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | ResearchgateKI

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