Esta investigação está a estudar o uso de resíduos de eucalipto no tratamento de águas residuais da indústria do papel, da produção de detergentes, e têxtil.
Maria da Graça Rasteiro, professora de Engenharia Química na Universidade de Coimbra (UC) e investigadora no Centro de Investigação em Energia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF), espera com este projeto desenvolver uma alternativa sustentável ao uso de monómeros de petróleo no tratamento de águas residuais.
O principal objetivo deste estudo é a valorização de resíduos de eucalipto para a produção de polímeros de base natural que possam ser aplicados no tratamento de efluentes.
Atualmente, são usados monómeros de petróleo para o tratamento de águas residuais. Devido a terem origem num recurso escasso como é o petróleo, o uso destes polímeros não é sustentável.
Nesse sentido, e dada a abundância de plantações de eucalipto em Portugal, surgiu a ideia de aproveitar os resíduos destas árvores para desenvolver polímeros sustentáveis e amigos do ambiente para substituir os monómeros de petróleo.
“Começámos por tratar efluentes modelo em laboratório, mas de algum tempo a esta parte, já evoluímos para efluentes reais e, inclusive, temos já aplicações em vários efluentes industriais”, revela.
Estes polímeros desenvolvidos a partir de resíduos de eucalipto foram já usados em águas residuais da industria têxtil. Os efluentes da indústria têxtil são conhecidos por serem muito tóxicos devido aos corantes usados na colorização do tecido.
Os resultados desta aplicação demonstraram não só que estes polímeros são eficazes na limpeza destes efluentes como apresentam um maior grau de eficiência quando comparados com os polímeros de base petrolífera.
Estes polímeros ao serem largados nos efluentes vão acoplar-se às toxinas existentes na água e depositá-las no fundo do tanque de tratamento na forma de lamas que são posteriormente removidas.
Para além de efluentes da indústria têxtil estes polímeros já foram também usados no tratamento de águas residuais de lagar de azeita e da indústria do papel.
Neste momento Maria da Graça Rasteiro está a iniciar um trabalho com uma empresa de produção de detergentes para o uso destes polímeros nas águas residuais desta indústria.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | UC
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