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Ep. 1039 Nuno Castro – Grupo de investigação desenvolve sistema de deteção de anomalias para a experiência ATLAS

March 04, 2021

ep1039_interiorEste grupo está a desenvolver uma técnica de deteção de anomalias com base em redes neuronais artificiais para experiências de física fundamental.


Nuno Castro, investigador no LIP – Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas e professor no Departamento de Física da Universidade do Minho (UM), está a desenvolver este sistema para ser implementado na experiência ATLAS, um detetor multipropósito instalado no Grande Colisor de Hadrões (LHC, sigla em iglês) do CERN – Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear.

A experiência ATLAS é o maior detetor de partículas instalado no LHC. Esta experiência foi construída com um programa específico de física para tentar explorar toda a informação possível de extrair dos dados do LHC.

“As técnicas tradicionais de análise de dados são geralmente eficientes quando nós sabemos bem o que estamos à procura. O problema é que nesta situação, não sabemos exatamente o que é que estamos à procura”, explica.

O grupo de Nuno Castro está a desenvolver um algoritmo de deteção de anomalias nos dados obtidos através da experiência ATLAS, com base em redes neuronais artificiais. Estas redes funcionam como cérebros capazes de aprender e de evoluir com base na sua capacidade de análise de informação.

“Se quisermos fazer uma analogia nós não estamos à procura de uma agulha no palheiro, estamos à procura de uma agulha em muitos palheiros. Mas a dificuldade é que também não sabemos o que estamos à procura, se é uma agulha ou se é uma chave”, conta.

Nuno Castro, espera que estas redes neuronais artificiais permitam detetar no conjunto de dados produzido pela experiência ATLAS todos os fenómenos de física que ocorram, independentemente das suas características.

“O que queremos garantir é que se no palheiro estivermos à procura de uma agulha, mas não houver uma agulha, mas sim uma chave, que nós conseguimos encontrar a chave, e que não ficamos pela resposta que, apesar de certa é incompleta, de dizer que não havia a agulha que nós estávamos à procura. Se houver alguma coisa que não seja palha também a queremos encontrar”, reforça.

Este método de análise irá assim permitir detetar fenómenos de física que ocorram durante estas experiências, mesmo que estes não sejam o objetivo principal da sua realização.

Saiba mais sobre o investigador em: twitter | Linkedin | Google Scholar

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