A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) é uma técnica que consiste no uso preventivo de medicamentos antirretrovirais com o objetivo de prevenir a infeção por VIH.
Paula Meireles, investigadora no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), participou num estudo que teve como objetivo perceber se os critérios de acesso à PrEP garantiam a equidade de acesso a todos os indivíduos com maior risco de contrair VIH.
“A PrEP é uma ferramenta de prevenção que consiste na toma de antirretrovíricos por pessoas que são VIH negativas para evitar que elas venham a adquirir o VIH. Há um conjunto de orientações definidas por diferentes organismos que auxiliam os clínicos a identificar quem são os indivíduos mais em risco e que portanto devem receber a PrEP”, explica.
Para perceber a eficácia destas orientações, Paula Meireles avaliou uma coorte de homens VIH negativos que têm sexo com homens e que fizeram o teste de VIH no CheckpointLx, uma estrutura de prevenção dirigida a homens que têm sexo com homens.
Este estudo decorreu entre 2014 e 2018 e durante este período foi possível verificar que, dependendo da orientação usada, a percentagem de homens que cumpria os critérios de acesso à PrEP variava entre os 67,7 e os 46,5%, consoante a entidade responsável pelas linhas de orientação.
“Durante este período de estudo nós de facto encontrámos diferentes proporções de homens que cumpria os critérios definidos por estas diferentes entidades variando de 67,7 porcento quando os critérios do CDC (Center for Disease Control) americano foram usados, e 46,5 porcento quando os critérios da EACS (European AIDS Clinical Society) foram usados”, acrescenta.
Estes resultados indicam que algumas pessoas seriam identificadas como não estando em risco de acordo com uma entidade, quando se outro conjunto de critérios fosse usado, seriam definidas como estando em risco.
Segundo Paula Meireles, os resultados deste estudo sugerem que as linhas de orientação de acesso à PrEP devem ser alteradas, passando de uma abordagem baseada estritamente no risco, para uma abordagem de avaliação caso a caso que tenha em conta as necessidades de cada indivíduo naquele momento da sua vida.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | ISPUP
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