história da ciência,
90 seg

Ep. 1047 Quintino Lopes – Memória do Laboratório de Fonética Experimental de Armando Lacerda imortalizada em livro

March 16, 2021

ep1047_interiorv2-01O Laboratório de Armando Lacerda fez de Coimbra um epicentro mundial da fonética experimental entre as décadas de 30 e 50 do século XX.


Quintino Lopes, investigador no Grupo Ciência do Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e da Universidade de Évora (), realizou um projeto que teve como objetivo recolher a biografia do Laboratório de Fonética Experimental de Coimbra, um laboratório de projeção internacional que, em pleno Estado Novo, era visto como um epicentro mundial desta área científica.

Sob a gestão de Armando Lacerda, o Laboratório de Fonética Experimental da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra foi entre os anos 30 e 50 do século XX a principal escola de referência desta área científica para investigadores de todo o Mundo.

Este projeto permitiu produzir um livro com edição em Português e em Inglês que retrata a História e a biografia deste laboratório. Desde a sua criação que implicou um volume elevado de investimento e de planeamento, até às redes internacionais estabelecidas com base neste laboratório.

“A criação deste laboratório implicou um grande investimento e planeamento, algo que à partida não se esperava. Quando falamos do Estado Novo pensamos nos anos 30 e 40 pensamos num país rural, pitoresco, fechado e isolado, contudo, do ponto de vista da História da Ciência percebemos que havia cientistas que não estavam isolados. Embora fosse uma ditadura, com toda a repressão política que se conhece, havia ainda assim cientistas que tinham uma estrutura de apoio e este livro pretende estudar de facto a importância do estado para a criação deste laboratório”, explica.

Este livro dá a conhecer as redes internacionais em que Armando Lacerda se movia. Era um laboratório onde cientistas de grandes universidades como Harvard e a Sorbonne vinham se especializar. Esta biografia conta-nos o percurso destas pessoas, procurando tentar perceber de que forma o ensino e a investigação em fonética experimental melhorou através do trabalho dos discípulos de Armando Lacerda.

“Por esse motivo fizemos uma edição em Inglês. O Laboratório de Fonética Experimental, e o seu diretor Armando Lacerda, tinha redes internacionais muito significativas. Era o laboratório que atraía pessoas de várias Universidades do Mundo durante várias décadas, e que se especializaram em Portugal. Coimbra era um epicentro da fonética experimental a nível mundial nos anos 30, 40 e 50”, reforça.

Esta iniciativa foi divulgada no âmbito do projeto EUROCLIO (European Association of History Educators).

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | | IHC

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