Este estudo demonstrou que pessoas com níveis elevados de compaixão estão mais protegidas contra sentimentos de depressão e de ansiedade.
Marcela Matos, investigadora no Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenções Cognitivo-Comportamentais (CINEICC) na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), está a examinar o impacto psicológico da pandemia de COVID-19 com o objetivo de compreender que fatores podem ser protetores contra as consequências negativas a nível da saúde mental.
“Logo no início da pandemia em Março de 2020, surgiu esta ideia de perceber quais seriam os efeitos nefastos da pandemia da COVID-19 na saúde mental das pessoas, qual o impacto traumático desta pandemia, e que fatores é que poderiam ser protetores contra esse impacto”, conta.
Os primeiros resultados demonstraram que o medo de contrair o vírus tem de facto um impacto negativo na saúde mental das pessoas, elevando os níveis de stress, ansiedade e depressão, e provocando distanciamento e receio nas suas relações sociais.
Um dos principais factores protetores contra estes efeitos negativos foi a compaixão em relação aos outros mas também a si próprio.
“Nós descobrimos que a compaixão em relação a nós, em relação aos outros, e recebermos compaixão dos outros, está associada a indicadores mais baixos de problemas de saúde mental. Portanto, quanto mais as pessoas têm essa capacidade para serem compassivas em relação aos outros e quanto mais compaixão recebem dos outros, menos deprimidas estão, menor é a ansiedade que sentem, menores são os seus níveis de stress, e também maior é a sua sensação de segurança e de ligação aos outros”, revela.
Este estudo teve como população-alvo indivíduos da população geral, com idades compreendidas entre os 18 e os 80 anos, profissionais de saúde e pessoas em cargos de chefia em empresas e instituições.
Estão envolvidos nesta investigação cientistas de 22 países de todo o mundo: Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Chipre, Polónia, França, Reino Unido, Dinamarca, Eslováquia, Estados Unidos da América, Canadá, Austrália, Japão, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, México e Brasil e Arábia Saudita.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate
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