Este projeto está a estudar o valor nutricional e molecular de plantas endógenas da costa portuguesa.
Aida Moreira da Silva, investigadora na Unidade de Química-Física Molecular da Universidade de Coimbra (QFM-UC) e professora coordenadora na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra (ESAC), coordena o projeto IDEAS4life, uma iniciativa que pretende estudar novos ingredientes alimentares em plantas marítimas como a camarinha ou a salicórnia.
O objetivo deste estudo é valorizar os recursos endógenos da orla marítima portuguesa.
No âmbito do IDEAS4life está a ser estudada a camarinheira, não apenas o fruto, conhecido como camarinha, mas a planta como um todo, e plantas halófitas, plantas que crescem preferencialmente em ambientes salinos, como a salicórnia e a sarcocórnia.
“Estas plantas irão ser colhidas no seu habitat natural e no laboratório preparamos extratos que têm duas grandes finalidades: Uma é a incorporação destas plantas em matrizes alimentares para conseguirmos alimentos com propriedades funcionais diferenciadas, como é o caso da possibilidade de se reduzir o conteúdo de sal; e o outro é estudar extratos das diferentes plantas e de diferentes partes da planta para que se possam identificar moléculas ou grupos moleculares com atividades biológicas que apresentem, por exemplo, proteção contra o desenvolvimento de cancro”, conta.
Alguns estudos inclusive já revelaram que este tipo de plantas apresenta uma forte atividade antioxidante.
“Estas plantas têm moléculas que impedem a proliferação de radicais livres que são nocivos e causadores de várias doenças”, revela.
Aida Moreira da Silva reforça ainda que plantas como a camarinheira são espécies ameaçadas e protegidas, e que a apanha da camarinha não se encontra ainda regulada.
Com este projeto, a investigadora espera alertar para a necessidade de preservação desta espécie.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | QFM-UC | ESAC
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