agricultura,
90 seg

Ep. 1144 Inês Fragata – Estudo avalia o impacto do cádmio nos herbívoros que se alimentam do tomateiro

July 29, 2021

ep1144_interiorO solo pode ser contaminado com cádmio através do uso de fertilizantes ou como resultado da proximidade com minas ou zonas industriais.


Inês Fragata, investigadora no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), está a estudar o impacto do cádmio em duas espécies de ácaros-aranha que se alimentam do tomateiro.

O tomateiro é uma planta que tem a capacidade de acumular cádmio do solo. O cádmio é um metal que age como contaminante e que pode afetar os herbívoros que se alimentem do tomateiro.

Nesta investigação estão a ser estudadas duas espécies de ácaros-aranha, o Tetranychus urticae e o Tetranychus evansi com o objetivo de perceber de que forma o cádmio afeta a sua capacidade de coexistirem na mesma planta.

Inês Fragata pretende perceber como estas duas espécies conseguem responder a novos desafios ambientais ao longo do tempo, e também identificar os genes envolvidos na resposta destes ácaros-aranha à presença do cádmio.

A ideia desta investigação é perceber se os ácaros que se adaptam ao cádmio têm maior ou menor dificuldade em responder a desafios ambientais como o uso de pesticidas ou o aumento de temperatura.

Ambas estas espécies são consideradas pragas agrícolas o que torna importante perceber se a sua adaptação ao cádmio cria ou não um problema às plantações de tomateiro.

“É importante tentarmos perceber se os ácaros que se estão a adaptar ao cádmio estão a tornar-se mais resistentes a pesticidas, por exemplo, pois isso seria um problema”, reforça.

Inês Fragata acrescenta ainda que é importante perceber como estes ácaros-aranha respondem ao cádmio pois estes não são os únicos herbívoros que se alimentam dos tomateiros.

O excesso de cádmio pode levar a consequências mais profundas em diferentes níveis do ecossistema, não só nos herbívoros que se alimentam do tomateiro, mas também nos predadores que se alimentam destes herbívoros.

“Isto pode ter consequências para outros níveis do ecossistema porque alguns predadores podem comer os herbívoros e depois acabam por passar mais para cima na cadeia trófica e, em último caso, pode até chegar aos humanos”, alerta.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | FCUL | CE3C

Scroll to top