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Ep. 1147 Valentina Chkoniya – Sentimento de vitória após o primeiro confinamento levou ao aumento de comportamentos de risco na segunda vaga da pandemia

September 07, 2021

ep1147_interiorAtravés das respostas dos participantes, este estudo conseguiu prever a vaga de novas infeções por COVID-19 que teve lugar no verão de 2020.


Valentina Chkoniya, docente na Universidade de Aveiro (UA) e membro da unidade de investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas (GOVCOPP), desenvolveu o projeto Covid Fever, uma iniciativa que teve como objetivo perceber as atitudes, as opiniões e os comportamentos das pessoas em relação à pandemia de COVID-19.

Este estudo teve como base uma série de inquéritos realizados a nível internacional e contou com a participação de 23 países. O projeto Covid Fever recorreu ao uso do iCode Smart Test e a ferramentas de neuromarketing com o intuito de medir o grau de certeza na resposta dos participantes.

O iCode Smart Test consiste na realização de perguntas simples que permitem, através de um algoritmo computacional, avaliar a verdadeira sensação das pessoas medindo não apenas o que elas respondem, mas também a forma como respondem, tendo em conta fatores como o tempo de resposta e expressões faciais.

Este inquérito procurou perceber como os participantes se sentiam perante a pandemia. Os resultados demonstraram que em Março de 2020, 80% dos participantes diziam que a COVID-19 era uma doença muito perigosa para saúde, no entanto apenas 8% acreditavam verdadeiramente naquilo que diziam.

“Havia a sensação que a pandemia é aquilo que só toca aos outros e que não vai tocar a nós próprios”, reforça.

Apesar das pessoas terem conhecimento do impacto que o vírus SARS-COV-2 podia ter no organismo, apenas uma pequena percentagem acreditava que eles próprios poderiam ser afetados por esta doença.

Segundo Valentina Chkoniya, este sentimento é muito perigoso pois quando as pessoas se sentem intocáveis e quando há um forte sentimento de vitória, como aquele que foi propagado após o primeiro confinamento, isto pode levar a um aumento dos comportamentos de risco e a um agravamento da situação.

De facto os resultados deste inquérito previram uma nova vaga da doença cerca de dois meses após o primeiro confinamento, vaga essa que se veio a confirmar.

“Tudo indicava que a situação se ia agravar no espaço de dois meses e infelizmente foi o que aconteceu”, lamenta.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UA

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