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90 seg

Ep. 1397 Paulo Gil – Será possível chegar mais depressa a Marte?

October 04, 2022

Com a tecnologia actual são necessários nove meses para fazer a viagem entre a Terra e Marte.


Paulo Gil, professor no Instituto Superior Técnico (IST) e investigador no Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC), está a estudar a possibilidade de reduzir o tempo de viagem entre a Terra e Marte para futuras missões tripuladas.

Para realizar uma viagem espacial entre a Terra e Marte é necessário esperar para que ambos os planetas estejam alinhados de tal forma que a distância entre ambos possa ser percorrida no menor tempo possível.

A distância média entre os dois planetas é de cerca de 228 milhões de quilómetros, podendo variar entre um mínimo de 54,6 milhões e um máximo de 401 milhões de quilómetros quando ambos estão em lados opostos do Sol.

De dois em dois anos Marte fica em oposição em relação à Terra e é geralmente durante esta janela de tempo que as missões a Marte são lançadas.

Com a tecnologia actual, uma missão a Marte duraria cerca de nove meses a chegar ao planeta vermelho. Se esta fosse uma missão tripulada, os astronautas teriam que esperar pelo menos 18 meses até que os planetas voltassem a estar alinhados para poderem regressar. Dando à missão uma duração nunca inferior a três anos.

Para além do tempo de duração da viagem, é preciso ter em conta os problemas de saúde que os astronautas poderão sofrer quer por influência da radiação solar, quer por estarem expostos durante longos períodos de tempo a baixa gravidade.

Será então possível chegar mais depressa a Marte? Foi esta a questão colocada por Paulo Gil.

Segundo o investigador, devido ao alinhamento dos planetas, é preciso encontrar um equilíbrio entre o tempo de viagem e a duração da missão. Se a viagem for só ligeiramente mais curta que os nove meses actuais, os astronautas chegarão mais depressa a Marte mas também terão que esperar mais tempo no planeta até poderem regressar.

Para ultrapassar esta questão é preciso ir muito mais depressa. Avaliando o sistemas de propulsão actuais, assim como aqueles que estão hoje em desenvolvimento, Paulo Gil acredita que será possível reduzir o tempo de viagem para quatro meses, permitindo que os astronautas fiquem apenas um mês em Marte antes de voltarem.

“Se formos suficientemente depressa podemos estar cerca de um mês em Marte e voltar. Mas temos que ir suficientemente depressa. Se formos um pouco mais depressa o resultado é que os planetas ficarão desalinhados e teremos que esperar mais tempo para voltar. É essa a grande dificuldade para ir mais depressa”, reforça.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | IST | IDMEC

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