Um exemplo de aplicação destas soluções é a produção de fertilizantes a partir de resíduos da indústria dos lacticínios.
Duarte Toubarro, investigador no Centro de Biotecnologia dos Açores (CBA) na Universidade dos Açores (UAC), desenvolve aplicações biotecnológicas para o aproveitamento e a valorização de resíduos da agroindústria.
“Nos Açores a agroindústria tem um papel fundamental no nosso tecido industrial. No entanto, alguns resíduos desta agroindústria são um problema e no processo biotecnológico nós podemos transformar aquilo que é um resíduo num produto de valor acrescentado”, revela.
Por exemplo, um dos sectores mais importantes da economia açoriana é a indústria dos lacticínios, e um dos resíduos produzidos por esta indústria são lamas.
Estas lamas podem ser transformadas através de processos biotecnológicos em fertilizantes.
“Neste momento com a guerra na Ucrânia estamos a ver um aumento exponencial dos preços dos fertilizantes nomeadamente aqueles que são ricos em azoto. Estas lamas das nossas indústrias de lacticínios são muito ricas em azoto. É claro que não podem ser aplicadas no solo tal e qual como estão mas depois de serem transformadas por processos biotecnológicos este azoto pode ser devolvido ao solo, e podemos transformar aquelas lamas num composto com valor comercial”, explica.
Estas lamas podem também ser utilizadas para produção de biogás, outra alternativa para a valorização deste subproduto.
“O nosso objetivo é reduzir o impacto ambiental destes resíduos e valorizar um produto que estava em fim-de-vida. Isto permitirá aumentar a resiliência da empresa porque aquilo que era um problema passou a ser uma mais-valia”, reforça.
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