Este chá contém um aminoácido capaz de estimular as moléculas neurotransmissoras e de melhorar a comunicação entre as células do nosso cérebro.
José António Baptista, professor na Universidade dos Açores (UAC) e investigador no Instituto de Investigação e Tecnologias Agrárias e do Ambiente (IITAA), caracterizou as propriedades do chá de Camellia sinensis e descobriu que este continha um aminoácido capaz de estimular as funções cognitivas do cérebro e de prevenir o desenvolvimento de doenças neuronais.
“Num estudo comparativo entre várias amostras de chá de Camellia sinensis verificámos que o chá dos Açores era menos amargo e menos adstringente que o chá de outras origens. Este fator levou-nos a pensar que este chá deveria conter um aminoácido que é a L-Teanina que é ligeiramente adocicado e que apenas existe nas folhas de Camellia sinensis e numa variedade rara de cogumelos não comestíveis”, conta.
Três anos depois, José António Baptista conseguiu obter uma amostra do aminoácido L-Teanina através do Japão. Esta amostra permitiu fazer uma comparação entre as diferentes variedades de chá que confirmou que o chá dos Açores tinha níveis de L-Teanina ligeiramente superiores à média de 16 chás chineses.
A L-Teanina é um aminoácido neurologicamente ativo que potencia a velocidade de comunicação dos neurotransmissores estimulando as nossas funções cognitivas e podendo assim prevenir o desenvolvimento de doenças neuronais que aumentam com a progressão da idade.
Perante esta conclusão, José António Baptista propôs apresentar um projeto para estudar as condições de processamento do chá dos Açores no sentido de aumentar o teor de L-Teanina.
Este estudo permitiu encontrar as condições ideais para aumentar este aminoácido em 60 a 70% obtendo assim um produto de valor acrescentado e diferenciador da região.
Este chá está atualmente a ser produzido e comercializado pela empresa Gorreana.
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