A malária cerebral é uma doença que afeta sobretudo crianças e que apresenta uma taxa de mortalidade de 20% na África subsaariana.
Carlos Penha Gonçalves, investigador no grupo de investigação em Genética de Doenças do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), está a estudar alvos terapêuticos para o tratamento da malária cerebral.
O grupo de investigação de Carlos Penha Gonçalves tem-se dedicado ao estudo de formas clínicas severas da malária, nomeadamente da malária na gravidez, e da malária cerebral.
A malária cerebral é provocada pela rotura da barreira hematoencefálica, uma barreira que existe entre o sangue que circula no cérebro e o tecido cerebral. Esta rotura é provocada por um fenómeno inflamatório que atinge os vasos sanguíneos responsáveis pela microcirculação no cérebro.
Nos últimos anos, esta equipa tem vindo a explorar a hipótese de que as células dos próprios vasos sanguíneos são propulsoras desta resposta inflamatória.
Até ao momento foram identificadas algumas moléculas que parecem ter um papel importante no desencadear deste processo.
“A nossa expectativa agora é tentar perceber se do ponto de vista farmacológico nós conseguimos modular a participação que algumas destas moléculas que nós identificámos têm ao longo desta cadeia de eventos, e tentar perceber qual é o ponto em que podemos intervir para quebrar este ciclo de eventos e assim prevenir o desenvolvimento da malária cerebral”, explica.
Este conhecimento poderá um dia ajudar a desenhar medicamentos que permitam tratar de forma mais eficaz a malária cerebral e até prevenir que esta se desenvolva.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | IGC
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