Este programa tem como objetivo monitorizar e gerir as espécies de peixe que migram entre o mar e o rio nas principais bacias hidrográficas em Portugal.
Joana Boavida-Portugal, investigadora na Universidade de Évora (UÉ) e no MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, está a desenvolver o projeto AN@DROMOS.PT, uma iniciativa que visa implementar um programa de monitorização e gestão de peixes migratórios nos principais rios portugueses.
As espécies anádromas são espécies que se reproduzem nas bacias hidrográficas e que após a reprodução migram em direção ao mar.
Em Portugal as principais espécies anádromas com interesse comercial são a lampreia marinha e o sável, no entanto neste projeto também foram estudados a savelha, o salmão atlântico, e a truta marisca por serem espécies com elevado valor conservacionista.
Neste projeto a bacia hidrográfica do Mondego foi usada como zona piloto para estudo destas espécies. Desde 2012 que a equipa de Joana Boavida-Portugal tem trabalhado no rio Mondego, em particular, na passagem para peixes que existe na Ponte do Açude de Coimbra e que permite contabilizar os peixes que conseguem subir o rio para se reproduzirem.
Ao longo do rio Mondego foram instalados quiosques digitais em lugares de convívio de pescadores. Estes quiosques permitem que os pescadores registem as espécies capturadas directamente no portal da pesca.
Através de uma metodologia de censos visuais juntamente com dados obtidos a partir do portal da pesca foi possível obter dados sobre estas espécies que são independentes das declarações de embarque.
Estes dados são importantes para validar o número de espécies migratórias e monitorizar o seu percurso ao longo do rio.
No âmbito deste projeto foi testada também a implementação de um programa de certificação regional no rio Mondego com o objetivo de valorizar os produtos locais capturados através de pesca tradicional e assim trazer um maior rendimento para os pescadores, garantindo uma maior sustentabilidade deste recurso.
O AN@DROMOS.PT foi financiado pelo programa MAR2020.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UÉ | MARE
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